terça-feira, julho 18, 2006

Ota custa dobro do que é preciso

2006/07/13 20:40 Patrícia Pires de PORTUGAL DIÁRIO
E só tem metade do tempo de vida possível. Quando abrir, outro terá de ser planeado. Cada passageiro irá custar 100 euros quando podia ficar por 50. Fechar a Portela demonstra falta de juízo do Governo, garante especialista

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«Um aeroporto deve ter uma duração de vida de, pelo menos, 50 anos», afirma António Diogo Pinto, professor catedrático no Departamento de Engenharia de Minas e Georecursos, no Instituto Superior Técnico, um dos responsáveis pelo nascimento do Aeroporto de Macau, ao qual está ligado desde o seu planeamento.

A previsão em relação à vida da Ota fica pelos 20/25 anos. Ou seja, «quando for inaugurado, já será preciso pensar num novo aeroporto». Segundo as previsões do tráfego de passageiros, a Ota atingirá o máximo da sua capacidade em 2039. A previsão do Governo para a inauguração do Novo Aeroporto de Lisboa é em 2017. A Ota é assim uma «má solução» porque «não tem capacidade de expansão» e fica demasiado cara.

Contudo, este professor assume que um novo aeroporto para Lisboa é «essencial». Só que noutro local.

Só duas pistas e não dá para mais

De acordo com os planos, a Ota irá ter duas pistas e «não tem capacidade para mais», o que não tem lógica para este especialista. «Na margem sul», explica, «há espaço para aeroportos que podem expandir até 4 pistas».

Sem se querer resumir à zona de Rio Frio, que perdeu a luta com a Ota, o especialista diz ter encontrado mais três possíveis localizações fora da zona de reserva natural do estuário do Tejo.

Quanto aos custos, o professor lembra que «um aeroporto internacional moderno e eficiente tem como base uma boa plataforma logística». E, «na Ota, o espaço em redor é limitado. Isso aumenta o preço dos serviços» e de toda a máquina que compõe a plataforma aeroportuária.

Isto sem esquecer que, pelas suas contas ¿ feitas com base nos estudos da NAER ¿ a «Ota vai custar o dobro de qualquer aeroporto construído na margem sul. Considerando a totalidade dos custos, já com as infra-estruturas para transportes, o aeroporto vai custar mais dois mil milhões de euros, do que se fosse a sul do Tejo». Há um custo acrescido de cerca de 50/60 por cento.

«O investimento por passageiro na Ota ronda os 100 euros e na margem sul rondaria os 50 euros. Um aeroporto mais barato é mais competitivo e atrai mais passageiros». Na Ota isso não irá acontecer.

Mas a lista de chumbos à Ota não pára: a segurança e a operacionalidade são calcanhares de Aquiles do novo aeroporto. A Portela é «mais segura para os aviões do que a Ota».

Além do mais, António Diogo Pinto considera que a justificação ambiental para a escolha da Ota não é suficiente. «É a única fundamentação, que o Governo quer que justifique tudo, mas este novo aeroporto também envolve questões ambientais gravíssimas».

Um novo aeroporto não significa o encerramento da Portela. «De acordo com a minha visão», continua o professor, «qualquer Governo com cabeça não fecha a Portela; é um espaço precioso para a cidade».

E recorda o caso do Brasil que «há 20 anos quiseram retirar os aeroportos das cidades e fizeram novos nos arredores do Rio de Janeiro, São Paulo e Belo Horizonte. Agora estão a investir nos aeroportos das cidades, porque reconheceram a sua utilidade».

O caso de Londres é outro bom exemplo de decisões para o especialista. «A cidade tem 5 aeroportos: Heathrow (para voos internacionais), Gatwick (também para voos internacionais), Luton (para voos low cost), Stansted (para voos low cost) e City (para negócios).

«Não se pode pedir sacrifícios e depois usar o dinheiro dos contribuintes para uma obra economicamente deficiente», que o professor considera não ter «legitimidade ética».

Um projecto «misto» seria «o ideal»: manter a Portela e construir uma ou mais plataformas aeroportuárias para voos low cost».

4 Comments:

At 7/20/2006 2:46 da tarde, Anonymous Anónimo said...

Li que os pobres. Os das pequenas pensões. Iam também pagar IRS.
Também li que se pretende dar um subsídio aos antifascistas. Isto, agora que estamos em crise. E o senhor ministro disse há na televisão. Que tínhamos que apertar o cinto.
Acabo de ouvir Miguel Sousa Tavares. Falar do aeroporto de Beja. Que vai ser activado. E já está arranjado de novo. O aeroporto Sá Carneiro, após milhões em obras. Funciona a 5%. E como isso não bastasse. Foi anunciado um projecto de quatrocentos milhões para o aeroporto da Portela. Que vai ser ligado ao Figo Maduro. Mas com ar importante. Mexendo no bolso de todas. Afirma-se que a OTA é mesmo para ir para a frente.
Ou o povo se revolta. Ou os chulos – José Afonso chamava-lhe vampiros – vão sugando isto até ao fim.
E como se não bastasse esta pouca-vergonha toda – Quem pagou as viagens dos políticos à Alemanha ? – Aí vem a Federação de Futebol.
Com ar humilde suplicou uma ajuda. Para os miseráveis do futebol. Pedindo isenção do IRS.
Será que de facto estamos todas doidos?

 
At 7/20/2006 4:39 da tarde, Anonymous Anónimo said...

correcção

o aeroporto Sá Carneiro está ser utilizado só a 50% não a 5% como referido.

 
At 8/03/2006 11:26 da manhã, Anonymous Anónimo said...

De acordo com o CM, Maria Monteiro, filha do antigo ministro António Monteiro, e que actualmente ocupa o cargo de adjunta, do porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, vai para a Embaixada portuguesa em Londres. Para que a mudança fosse possível, José Sócrates e o ministro das Finanças descongelaram a título excepcional, uma contratação de pessoal especializado. Contactado pelo jornal, o porta-voz Carneiro Jacinto, explicou que a contratação de Maria Monteiro já tinha sido decidida, "antes" do anúncio da redução para metade dos conselheiros e adidos das embaixadas. As medidas de contenção avançadas pelo governo, nomeadamente o congelamento das progressões na função pública, começam a dar frutos. Os sacrifícios pedidos aos portugueses permitem assegurar a carreira desta jovem de 28 anos que, apesar da idade, já conseguiu, por MÉRITO próprio (familiar), e com uma carreira construida a pulso, atingir um nível de rendimento mensal superior a 9.000 euros (1.800 contos!!) É desta forma que se cala a boca a muita gente, que não acredita nas potencialidades do nosso país (pobre país...), os zangados da vida (como eu...) que só sabem criticar a juventude, ponham os olhos nesta miuda! A título de curiosodade, o salário mensal da nossa nova adida de imprensa da embaixada de Londres, daria para pagar as progressões na carreira de 193 técnicos superiores de 2ª classe, de 290 técnicos de 2ª classe ou de 290 assistentes administrativos. O mesmo salário, daria para pagar respectivamente, 7, 10, e 14 jovens como a Maria, das categorias acima mencionadas, que poderiam muito bem despedir-se por força de imperativos orçamentais. Estes jovens, sem berço, que ao contrário da Maria tiveram que submeter-se a concurso, também ao contrário da Maria, já estão habituados a ganhar pouco e devem habituar-se a ser competitivos. A nossa Maria merece! Também a título de exemplo, seriam necessários os descontos de IRS de 92 portugueses, com um salário de 500 euros a descontar à taxa de 20%. A nossa Maria merece. "

Tenho dito... prontus...

 
At 1/10/2007 1:43 da tarde, Anonymous Anónimo said...

Tanta asneira junta!!
Primeiro, as low-cost destinadas a Lisboa não vão para a Ota, vão para Beja. Logo aí parte de trâfego é escoado.

2 pistas é o suficiente... o que importa é a construção das saídas de pista bem posicionadas, de modo a permitir a saída rápida das aeronaves, depois na aterragem. Há grandes aeroportos com 2 pistas apenas. O limite de capacidade não está nas pistas: está nos terminais e das posições de estacionamento.

Os aeroportos estão cada vez mais longe do centro das grandes cidades. A razão dos exemplos no Brasil são falsos, tem tudo a ver com a gestão de espaços já existentes.

E por fim, fica o convite para irem trabalhar 1 dia para a portela. Depois digam o que pensam desta estrutura...

 

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