terça-feira, abril 11, 2006

OS INTERCIDADES, OS PENDULARES E AS NOVAS LOCOMOTIVAS

A CP tomou recentemente algumas decisões que condicionam o futuro do transporte ferroviário em Portugal. E insinuam-se outras no mesmo sentido. Por um lado decidiu adquirir uma nova série de Locomotivas para o transporte de carga. Por outro acabou com o Intercidades da Régua e obrigou os passageiros do Douro, que teimem em andar de comboio, a transbordo. Por outro ainda insinua-se que irá reconverter os Intercidades das Beiras, substituindo as actuais composições por UTEs e sujeitando os passageiros a transbordo.

Nas décadas 60 a 80 a CP apostou na aquisição de carruagens e locomotivas para a realização do seu serviço de longo curso de passageiros. Quando, há 20 anos, foram lançados o serviço Alfa e o serviço Intercidades recorreu-se às carruagens Corail, que acabavam de ser recebidas, e à modernização gradual das carruagens existentes. É óbvio que composições tipo automotoras são mais apropriadas a este tipo de serviço. Será normal que a reconversão progressiva do serviço se faça nessa direcção como sucedeu com o serviço Alfa.

Excepto no itinerário Lisboa – Porto esse novo serviço foi lançado para captar os mercados (e servir as regiões) do Minho, do Douro, das Beiras, do Alentejo e do Algarve e não propriamente os fins-de-semana dos lisboetas. Infelizmente para os portugueses muitos dos seus dirigentes, a vários níveis, só conseguem enxergar o País a partir de Lisboa. Por isso cedo abastardaram o serviço criado, introduzindo paragens nas cidades próximas de Lisboa e penalizando a essência do seu mercado. Ao mesmo tempo que nunca cuidou de assegurar um serviço integrado aos passageiros com serviço rodoviário complementar apropriado.

Introduzir rupturas de carga significa secar as linhas e aqui surge uma gigantesca contradição: Por um lado o Estado através da Refer (antes da própria CP e dos Gabinetes dos Nós Ferroviários) faz vultuosos investimentos na modernização das várias linhas e, por outro lado, o Estado, através da CP, seca essas linhas para poupar uns trocos. Que pensa o Governo?
Afinal criou a Refer um eixo do Atlântico, que modernizou (pese embora o imbróglio da linha do Norte) e a CP não cria um serviço regular Braga – Faro?
Mantém-se no ar a possibilidade de construir um ramal ferroviário para Viseu e não se assegura um serviço combinado adequado para servir aquela importante cidade/região? Porque se não serve melhor o Barlavento Algarvio, com um serviço directo para Lagos/Portimão, modernizando o respectivo itinerário?

A partir do início do próximo ano o mercado do transporte de mercadorias, no seio da UE, fica completamente liberalizado. O Governo Espanhol já concedeu, ou está em vias de o fazer, 4 licenças a Operadores Privados, que, em conjunto com a Renfe, passarão a explorar esse mercado. Embora haja interesses a salvaguardar, designadamente os dos trabalhadores do sector, não parece existir nenhuma razão de soberania que exija que a CP se mantenha neste mercado.

Porquê então adquirir novas Locomotivas? Em vez disso porque não ter adquirido mais Pendulares, libertando a frota de Locomotivas afectas aos Intercidades para o transporte de mercadorias? Porque não tirar partido da vocação dos comboios de suspensão pendular activa para prestar serviço nas linhas sinuosas portuguesas? Porque não ter em conta o estudo do Senhor Eng. João Pereira sobre a introdução dos Pendulares na linha da Beira Alta (com ganho significativo de tempo depois de melhoradas as curvas de transição)?

Mais Pendulares? Com certeza! Mais Locomotivas? Duvidamos! No ar fica a pairar a lógica dos fornecedores ...

segunda-feira, abril 10, 2006

Resultados de 2005 foram os melhores de sempre


O grupo alemão, Deutsche Bahn, alcançou um volume de negócios de 25 mil milhões de euros em 2005 e um lucro operacional de 448 milhões de euros.




domingo, abril 09, 2006

Alta velocidade continua em estudo em 2006

Em termos de obras públicas de grande envergadura, o ano de 2006 vai ficar assinalado, sobretudo, pela continuação dos estudos da rede de alta velocidade (TGV) e do novo aeroporto da Ota. Estes dois projectos envolvem um investimento global superior a 11 mil milhões de euros. Saiba mais ...