quarta-feira, abril 18, 2007

PORQUE NÃO USA O GOVERNO RIGOR QUANDO SE REFERE À OTA?

As recentes declarações do Primeiro Ministro e do Ministro das Obras Públicas sobre a OTA revelam falta de informação ou de rigor bem consentâneas com a caminhada cega do Governo para fazer desse absurdo projecto um facto consumado.

Como é sabido, neste lamentável processo de opção pela OTA, a NAER/ANA, e com ela o Governo, esconderam da opinião pública o mais importante estudo sobre a localização do novo aeroporto de Lisboa (NAL) realizado depois do 25 de Abril. Esse estudo só foi divulgado porque, perante essa grave ocultação da verdade, foi digitalizado e colocado no site da ADFER. Foi realizado em 1994 pela própria ANA, na altura tutelada por Ferreira do Amaral. Da comparação das 4 localizações consideradas, a OTA classifica-se, em termos globais, em último lugar, e mesmo para cada um dos itens analisados, excepto num, figura sempre em último lugar.

Nos estudos desenvolvidos pelo Estado Novo, que reputamos de sérios, globais e rigorosos, nenhuma nova localização do NAL na margem norte do Tejo foi considerada viável. No entanto, por razões ainda pouco claras um dos actuais arautos da OTA, Oliveira Martins, introduziu esta hipótese de localização nas avaliações do NAL ao mesmo tempo que levantou as reservas legais aos terrenos de Rio Frio que começaram a ser comercializados.

Mas em nenhum momento anterior à própria opção precipitada pela OTA do outro arauto desta localização, João Cravinho, se concluiu da vantagem dessa opção. Ora, se a própria ex – Ministra Elisa Ferreira, sobre cujo despacho no EIA (preliminar) foi alicerçada a decisão, nega essa inevitabilidade, percebemos como esta cega caminhada tem pés de barro.

Tentar enclausurar Ferreira do Amaral ou outro ex – Ministro do PSD na opção da OTA é abusivo e revelador das fragilidades da Nomenclatura fanática e fundamentalista desta opção.

Quem acompanhou as declarações de Carmona Rodrigues, enquanto Ministro, sabe que ele manteve sempre o pensamento unânime dos Autarcas da cidade de Lisboa sobre esta matéria. No site da ALAMBI ainda hoje se pode ler o comunicado conjunto daquela Associação e da QUERCUS de congratulação com o congelamento da OTA anunciado por Carmona Rodrigues. Perante os poderosíssimos lobbies do Oeste, e no meio de uma orquestração conduzida por um dos arautos da OTA, Carmona Rodrigues vacilou e adiou mas não contradisse.

Se o Governo, em vez de ignorar e ocultar o importante estudo sobre o NAL de 1994, o lesse e considerasse, faria melhor figura. Reproduzimos aqui as 6 primeiras páginas, suficientes para o conhecimento elementar, mas rigoroso, da história do NAL. Esta absurda, e contra o interesse nacional, opção pela Ota, se não se arrepiar caminho, transformar-se-á na sepultura deste Governo.

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